26/02/2011

Istituto Arte na Escola lança material educativo sobre o artista catarinense Pita Camargo


O Instituto Arte na Escola resulta da institucionalização do Projeto Arte na Escola, criado em 1989 pela Fundação Iochpe. Tem como missão incentivar o ensino da Arte por meio de formação contínua do professor do ensino básico, investigando e qualificando processos de aprendizagem.

Os programas de Educação Continuada são realizados tanto na sede do Instituto Arte na Escola, em São Paulo, quanto por meio de universidades conveniadas que constituem a Rede Arte na Escola, que por sua ação atingem os sistemas públicos de ensino. Enquanto estratégia de trabalho, valorizamos a incubação de projetos a partir de resultados advindos da avaliação dos mesmos, sua disseminação por meio de parcerias em rede.. Grupos de Estudo. Cursos. Seminários. Congressos e JornadasMidiatecaProduz, distribui e comercializa materiais educacionais que subsidiam o professor na sua prática docente. Estes materiais podem ser encontrados nos Pólos da Rede Arte na Escola, no portal ou na Loja Virtual.

O material sobre o artista catarinense Pita Camargo podem ser adquiridos através do site do Instituto Arte na Escola

25/02/2011

Viver e Morrer em Itajaí: visita monitorada dos acadêmicos da UNIVALI


No dia 23 de fereveiro, os alunos do Curso de Licenciatura em Artes Visuais da UNIVALI visitaram a mostra "Viver e Morrer em Itajaí", na Galeria Municipal de Artes. Os acadêmicos tiveram a oportunidade de apreciar as obras com o acompanhamento de Ane Fernandes, uma das curadoras da mostra. Na sequência, tiveram uma conversa com Lilian Martins sobre os desenhos em caneta e grafite sobre papel, que retratam o cotidiano da cadela "Violeta".
A mostra segue aberta a visitação até o dia 31 de março, e é uma ação do SESC Itajaí

20/02/2011

JORNAL DE SANTA CATARINA: PITA CAMARGO


JORNAL DE SANTA CATARINA - CADERNO VIVER
19/02/2011 N° 12181
CAPA
Pedras para a eternidade

O carro entra pelo portão da casa, no Bairro Bela Vista, em Gaspar, com o barulho das pedras sob os pneus. É o território do artista blumenauense Pita Camargo, que tem como uma de suas formas prediletas de trabalhar o esculpir do mármore:– Gosto de algo que busque a eternidade. As outras coisas se vão, as pedras ficam.Seu ateliê é no jardim, entre palmeiras e o canto dos passarinhos. Segundo o artista, o lugar faz parte da harmonia da forma. A entrada da casa também é um ateliê, onde Pita dá aulas e pretende transformar em escola e galeria. Lá fora, estão sobre algumas mesas as ferramentas para esculpir – máscara, óculos, régua e o onipresente pó que o esculpir das pedras provoca.Ao longo do espaço aberto se espalham pedras em estado puro, altas e largas, obras já finalizadas e em estado de acabamento. O objeto da atual evolução técnica nas obras também está lá: uma ponte móvel com guindaste, rodas e telhado, que permite ao artista movimentar as pedras, que chegam a pesar três toneladas. Lá, seu semblante sério e sua voz grave e firme se mesclam à própria arte. A criação de Pita é visceral, de dentro para fora.– As pessoas me perguntam: tu vive da arte? Não, eu vivo para a arte! – ele exalta. – Porque tudo o que eu ganho, gasto para fazer escultura.Pita Camargo começou aos 11 anos a fazer desenhos, gravura e pintura, mas não se adaptou. Usando o desenho como base, partiu para projetos tridimensionais. Aos 15 anos, fundiu seu primeiro bronze e ali, se encontrou. Na pedra, um detalhe lhe atrai: o peso.Hoje, seu estilo migrou do figurativo para o abstrato.–Antes eu fazia figurativo, por exemplo aquela ali (ele aponta para uma obra com um dorso), é uma mulher, é gostosa. O figurativo é obvio. Hoje, eu prefiro o abstrato, pois ele faz as pessoas pensarem.E, além de toda a complexidade da arte e o peso da pedra, ainda há o peso do trabalho. Pita mora sozinho e trabalha em casa. Todas as manhãs, ele acorda, faz seu café e vai trabalhar. Uma questão de disciplina.

15/02/2011

SESC Itajaí apresenta "Viver e Morrer em Itajaí"


Convite

O SESC de Itajaí, a Prefeitura Municipal de Itajaí, a Fundação Cultural de Itajaí e a Casa da Cultura Dide Brandão, convidam para a abertura da exposição coletiva “Viver e Morrer em Itajaí”.
O evento acontecerá no dia 17 de fevereiro de 2011, às 20 horas, na Galeria Municipal de Arte da Fundação Cultural de Itajaí, localizada na Rua Lauro Müller, n° 53, Centro.
A mostra permanecerá aberta à visitação até o dia 31 de março de 2011.

Artistas participantes: Cláudia Regina Telles, Coletivo Terceira Margem, Lilian Martins, Roberto Bocchino, Rudi Scaranto Dazzi, Silvestre João de Souza Júnior e Sociedade dos Pintores do Ângulo Insólito da Foz do Rio Itajaí-Açu.
Curadoria: Fernando Boppré e Ane Fernandes


Ane Fernandes e Equipe da
Direção de Artes e da Casa da Cultura Dide Brandão
-- Visite o Blog da Casa da Cultura Dide Brandão http://www.casadacultura.wordpress.com/

06/02/2011

“A quem isto serve?”, ou O uso crítico do senso crítico, por Carlos Orsi

Pegando carona nesta postagem do blog Rainha Vermelha, e também nos comentários que o Amálgama recebeu após publicar meu texto sobre homeopatia, queria comentar algo sobre o triste estado em que se encontra o chamado “senso crítico” hoje em dia.
Como Descartes já havia dito a respeito de “bom senso”, “senso crítico” é um item extremamente raro, na medida em que é valioso e, ao mesmo tempo, todas as pessoas parecem satisfeitas com o tanto que têm. Ao contrário da maioria das coisas a que a humanidade dá valor — dinheiro, fama, saúde ou beleza, por exemplo — e das quais muito nunca parece chegar a suficiente, com o “senso crítico” tudo mundo está satisfeito.
Infelizmente, a amostra disponível no mundo virtual sugere que quase todo mundo se contenta com muito pouco. As ocorrências do que passa por “senso crítico” nas caixas de comentário de blogs e reportagens me lembram do meu tempo de faculdade de Jornalismo, quando as corporações de mídia eram a Grande Besta e qualquer defesa dessas companhias com base no princípio da liberdade de imprensa era rebatida com um sorriso sardônico e a frase de efeito: “Liberdade de imprensa ou liberdade de empresa?”
O que é uma boa frase, mas um péssimo argumento. Digo, se você não gosta, digamos, da linha editorial do Estadão e está disposto a fazer algo a respeito — além de cancelar sua assinatura, o que é um jeito de votar usando o cartão de crédito –, a liberdade de empresa é o que lhe permite investir o quanto quiser (ou o que conseguir emprestar no banco, ou arrecadar com outras pessoas também insatisfeitas) na criação de um novo jornal que diga exatamente o que você acha que deve ser dito. Enfim, num ambiente livre de censura estatal, a liberdade de empresa é o que viabiliza a liberdade de imprensa. Simples assim.
No mundo virtual, a frase de efeito é “a quem isto serve”. Ela é extremamente ecumênica: ambientalistas exaltados usam-na contra quem argumenta em favor dos transgênicos; negacionistas do clima usam-na contra ambientalistas; esquerdistas usam-na contra a direita; direitistas, contra a esquerda. O novo Código Florestal deixa de ser discutido com base em seus méritos (extremamente duvidosos, de acordo com
amplo consenso científico), e passa a ser tratado como um Fla-Flu entre agentes subversivos a soldo de ONGs estrangeiras com fins inconfessáveis e a ganância desmedida do agronegócio predatório. (A ironia de ser um deputado do PCdoB — provavelmente a agremiação mais acusada, em toda a história brasileira, de fazer subversão a serviço de potências estrangeiras — o principal denunciador dos inomináveis laços internacionais críticos do código não tem nada a ver com esta postagem, mas é boa demais para que deixe de ser mencionada.)
O que vou escrever agora talvez seja uma novidade bombástica para muita gente envolvida em debates travados via Twitter, em listas de e-mail e nas seções de comentários dos blogs: fechar-se numa igrejinha ideológica e lançar suspeitas de conspirações funestas e intenções macabras sobre quem discorda da, ou questiona a, teologia da sua seita particular não é exercer o senso crítico. É abster-se dele.
E é também um gigantesco exercício de preguiça mental. Se o argumento X me parece inatacável e não tenho nada a oferecer para contrapor aos dados Y, sou livre para ignorar aquilo tudo e continuar com meus preconceitos queridos, porque quem articulou X e apresentou Y é um mau caráter mal intencionado.
Esse atalho heurístico pode ser útil se você é o Super-Homem e Lex Luthor está tentando lhe convencer a deixá-lo apertar o botão vermelho onde está escrito SELF-DESTRUCT, mas no geral a saída mais honesta é pedir um tempo, raciocinar a respeito do argumento e pesquisar sobre os dados antes de cristalizar uma conclusão.
Em lógica, às vezes se diz que uma pessoa que se recusa a reconhecer a conclusão válida de um argumento está sendo “perversa”. Por exemplo, é uma “perversidade” aceitar que todos os homens são mortais e que Sócrates é um homem, mas negar que Sócrates seja mortal. A questão “a quem isto serve” pode até ter mérito em alguns contextos mas, da forma como vem sendo usada no debate online, basicamente só serve para acobertar preguiça e perversidade. Com o bônus de fazer quem a usa passar por esperto — mas só dentro da igrejinha.
Jornalista e escritor. Autor de dois romances de ficção científica e de vários contos, publicados em papel e online. De 2005 a 2010, foi editor de ciência do estadao.com.br.