
18/05/2010
13/05/2010
Restauradora da Fundação Cultural de Balneário Camboriú realiza visitas técnicas em São Paulo

Dentre as instituições visitadas, está o Laboratório do MASP, e a visita foi dirigida pela Coordenadora de Conservação e Restauro do MASP, Sra. Karen Barbosa. Além da estrutura física, fez-se o reconhecimento das etapas de restauração e documentação da obra “Hymeneus travestido assistindo a uma dança em honra a Príapo”, de Poussin (cerca de 1634) coordenada por uma equipe do Louvre, e que está em exposição no segundo andar do museu.
Em Campinas, a visita foi ao ao LAPAC – Laboratório de Automação e Prototipagem para Arquitetura e Construção da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da UNICAMP, que tem desenvolvido um importante trabalho junto a Pinacoteca do Estado de São Paulo, escaneando as esculturas do acervo e imprimindo em 3D, em escala reduzida, facilitando as ações curatoriais, planejamento e movimentação das obras no espaço expositivo.
Também fez parte do itinerário, a abertura da exposição de Victor Brecheret, no MUBE, Museu Brasileiro da Escultura e visita ao centro histórico de Embu das Artes.
Segundo Lilian, o contato com os profissionais da área possibilita o intercâmbio de informações importantes e a definição de parâmetros de intervenção que contribuem para a preservação da memória coletiva, através da conservação do patrimônio histórico e cultural.
Os princípios de uma restauração “à francesa”
Béatrice Sarrazin – Chefe do Departamento de Conservação-Restauração C2RMF – Centro de Pesquisa e de Restauração dos Museus da França
A restauração é um procedimento crítico que leva em conta vários parâmetros. O ato de restauração é, de fato, uma intervenção sobre a matéria da obra, com a consciência nítida de sua vulnerabilidade e de seu caráter insubstituível. Contudo, um projeto de restauração não é simplesmente uma proposta técnica; ele se completa por outras considerações de ordem científica, mas também histórica e deontológica, uma vez que a obra carrega em si valores que evoluem e se transformam em cada época.
Caracterizada por um constante equilíbrio entre a prática e a teoria, a restauração se apoia na seguinte regra tríplice, formalizada nos anos 1970: estabilidade, reversibilidade e legibilidade. Concebida como um ideal a ser atingido, é importante medir seus limites: a estabilidade diz respeito à compatibilidade dos materiais; a reversibilidade, noção mais complexa, se refere aos materiais acrescentados, especialmente os do retoque, que devem poder ser retirados facilmente. Quanto à legibilidade do ato do restaurador, ela pode ser real, no caso de uma restauração arqueológica, ou localizável pela documentação constituída durante a operação.