22/01/2011

Conspirações musicais de Venâncio Domingos Neto: quando componho, o texto já sugere uma imagética

Do verbete se fez música
Abusando da sonoridade das palavras, itajaiense Vê Domingos disponibiliza o primeiro CD na internet

Um Chevette, a Beyoncé, um pitbull e um Rayban paraguaio.
A associação desses elementos tão díspares se dá em uma
das letras do primeiro disco solo do itajaiense Vê Domingos, i
ntitulado Prosa Fina em Byte-Light Chic.

E não é só na mistura de carro, cantora e cachorro que o
músico se mostra habilidoso. Os ritmos presentes no álbum
trazem diversas direções da música brasileira, mas, no final,
a bússola acaba apontando mesmo para Itajaí.


Na última quarta-feira, Vê Domingos disponibilizou todo o
trabalho para audição e download gratuito no site de música
TramaVirtual
(www.tramavirtual.com.br/vedomingos).
O álbum físico, que tem apoio da Lei de Incentivo

à Cultura de Itajaí, deve sair somente daqui a 45 dias e, até lá,
o músico terá a chance de perceber o clima da recepção do público
em relação às músicas.


– A ideia é sentir qual pode chamar mais a atenção, qual vão gostar mais – explica Domingos.

Vê Domingos comenta que Prosa Fina em Byte-Light Chic traz
referências de estilos que surgiram com naturalidade no processo
de composição e também pela parceria com os amigos e convidados
para a produção do disco.

Por isso, aparecem o requinte do jazz, a leveza do reggae,
o desprendimento do samba e a energia do rock.


Mas o ponto forte do disco é a letra. Se na melodia a mistura
é a característica principal, as letras se unem pela brincadeira
e domínio dos verbetes que Vê Domingos apresenta aos ouvidos.
Na estranheza, similaridade

ou sonoridade das palavras, o músico constrói um cenário de
fantasia com toques de esperteza, agilidade e bom humor.


– A priori, é do texto que nasce a música, e não ao contrário –
comenta o músico, que ainda completa explicando que busca
uma simplicidade que fuja do piegas.


Da música nasce outra arte. Vê Domingos também é artista plástico,
com fortes referências musicais em suas obras. A capa do disco, por
exemplo, foi produzida por ele. Além disso, o compositor está com a
exposição
Gestual aberta na Galeria Municipal de Arte da Fundação
Cultural de Itajaí, Rua Lauro Müller, 53, Centro. A mostra pode ser
visitada até o dia 27, sempre das 8h às 13h.


E as obras têm certa musicalidade. Suas próprias canções inspiram pinturas.

– Quando componho, o texto já sugere uma imagética – comenta Vê Domingos.


Fonte: Jornal de Santa Catarina, 21/01/2011

12/01/2011

"O JOAQUIM E A GUILHERMINA”


"O JOAQUIM E A GUILHERMINA”

no Consulado de la República Argentina en Florianópolis.


Na Quarta feira 12 de Janeiro as 19:00 horas, o artista plástico Argentino Guido Bogetti, abrirá a exposição “O Joaquim e a Guilhermina”, na sede do Consulado da República Argentina, em Florianópolis, onde mostrará seus últimos trabalhos.


Após ter exposto na França com enorme sucesso, volta ao seu ateliê na cidade de Balneário Camboriú, onde retoma seu trabalho inspirado na vida dos pescadores catarinenses, O Joaquim e a Guilhermina é uma exposição de 14 quadros ao óleo; representam os personagens das pequenas vilas do nosso litoral e estão retratados pelo artista em situações tão cotidianas quanto particulares.

O Joaquim pescando, ou dançando junto a sua mulher, a Guilhermina, ou ambos assistindo a missa antes de ir para o mar.


Simpáticos ou dramáticos “os momentos retratados representam não somente a vida simples do litoral catarinense, mas também a realidade cultural da America do Sul”, diz o artista.


Guido Bogetti nasceu em 1940, numa pequena cidade de imigrantes Italianos, no interior da Província de Córdoba, Argentina; sobrinho do notável pintor Armando Molina Rosa, cursava cinematografia na Escola de Artes da UNC, (Universidade Nacional de Córdoba) quando descobriu sua verdadeira vocação pelas artes plásticas, formando-se como professor de desenho e pintura. Completa sua formação com os Professores de artes Martiniano Schieppaquercia e Luis Sosa Luna.


Suas obras começam a cobrar notoriedade por volta de 1979, quando os mais importantes museus e galerias de artes revelam o trabalho do pintor.


Tendo passado por múltiplas tendências da plástica no decorrer de sua atividade artística, seguindo seu inquieto e investidor espírito, encontra-se hoje, com muita experiência recolhida. Sempre dentro do Americanismo, figurativo e expressionista o pintor expressa na sua obra a terrível força do espírito latino-americano, o sol na pele de seus habitantes e rostos de olhares profundos.


Na Quarta Feira 12 de Janeiro de 2011, as 19:00 horas, o Cônsul da República Argentina em Florianópolis, Ministro Alberto Agustín Coto, receberá o artista, autoridades, jornalistas da imprensa Estadual e convidados para o coquetel de abertura da mostra, que permanecerá aberta a visitação até o dia 2 de Março de 2011. Durante a vernissage será apresentado um documentário sobre a influência do sistema político Argentino e a realidade social na obra do artista Guido Bogetti.


Mais informações: 48 3024 3035 – 36 (Consulado da República Argentina) 47 3366 7092 - 8404 6668 (Trotamundos films, produção da exposição) 47 3361 7081 (ateliê do artista)

10/01/2011

Indicador Catarinense das Artes Plásticas


Já está disponível para a visualização na internet a terceira edição, revista e ampliada, do Indicador Catarinense de Artes Plásticas. O projeto de autoria de Harry Laus tem a organização de Nancy Terezinha Bortolin, com coordenação de Maria Tereza Collares e Jayro Schmidt, pesquisa de Eliane Prudêncio da Costa e Mateus Bernardes. A realização é da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), através do Museu de Artes de Santa Catarina (MASC).


Para acessar, entre em http://www.masc.org.br/ e clique no link "Indicador Catarinense das Artes Plásticas".

08/01/2011

Para recuperar a Dide Brandão: Laudo vai determinar continuidade das obras de restauro da Casa da Cultura


Um laudo que deverá ser entregue em 10 dias vai determinar quais medidas devem ser adotadas para a recuperação e reforma da parte do telhado da Casa da Cultura que desmoronou na quinta-feira (6). O documento será elaborado por engenheiros e arquitetos da Prefeitura de Itajaí e da Construtora Desterro, responsável pelas obras de restauro da Casa da Cultura. As obras seguirão em ritmo normal nas áreas não afetadas pelo desabamento. O prédio da Casa da Cultura Dide Brandão, no Centro da Cidade, passa por obras de restauro e conservação desde agosto do ano passado. Ontem, por volta do meio-dia, o telhado frontal desmoronou. Como era horário de almoço, por sorte, não havia ninguém no local e não houve feridos. De acordo com o engenheiro da Prefeitura, Marcelo Schlickmann de Souza, um grupo técnico fará vistorias no local para a elaboração de um laudo que determinará como continuar as obras naquela parte em que o telhado desabou. A preocupação com a continuidade das obras é justamente por se tratar de um minucioso restauro. Ainda segundo o engenheiro, a empresa está fazendo um excelente trabalho de restauro e o incidente deve ter sido causado pela ação de cupins, da chuva e pelo fato da platibanda frontal ser mais alta e pesada.


Fonte: FCI
Foto: Lilian Martins, em 28/03/2009

Opinião: O que Balneário Camboriú precisa na área da cultura?

Resposta de Lilian Martins, em atenção a enquete do Jornal Página 3 (31/12/2010), publicada em 08/01/2011
Caros jornalistas do Jornal Página 3
Venho dizer que aprecio o respeito que vocês dedicam à cultura, denotando o reconhecimento da importância da arte e da cultura para o desenvolvimento social de Balneário Camboriú. A abertura democrática à discussão da nossa cultura a fortalece, a consolida. Com entusiasmo li a edição do dia 31 de dezembro, e me motivei a contribuir com a matéria.
Sobre a pergunta “O que Balneário Camboriú precisa na área da cultura?”, penso que a autora da coluna “Opinião” da mesma edição responde muito bem: Política Pública. E Política Pública depende de esforços do poder público, iniciativa privada e comunidade. Não basta dizer que “não há vontade política”, “há muita burocracia”, ou ainda, “faltam eventos”. É compromisso de todos nós, como contribuintes, eleitores, gestores, consumidores e produtores culturais.
Cito algumas coisas já realizadas neste sentido, que foram citadas na matéria, mas parece que há um desconhecimento por parte dos produtores culturais da nossa cidade.
Gostaria de informar a existência da LEI Nº 2938, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2008, que "DISPÕE SOBRE O PROGRAMA MUNICIPAL DE INCENTIVO E FOMENTO A CULTURA PARA APOIO À REALIZAÇÃO DE PROJETOS CULTURAIS, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS". Pode-se dizer que já há um esforço no fortalecimento dos núcleos produtores, que em geral, precisam de um pequeno incentivo para produzir grandes resultados.
Sobre o Arquivo Histórico Municipal, como funcionária efetiva do setor, digo que este está em funcionamento atendendo todos os dispositivos da LEI Nº 1293/1993, que "CRIA O ARQUIVO HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ". Esta lei, na íntegra, pode ser consultada no site da Prefeitura de Balneário Camboriú e no próprio Arquivo Histórico de Balneário Camboriú. É de conhecimento público que o Arquivo de nossa cidade tem uma das melhores estruturas do estado, equipado com arquivos deslizantes próprios para a conservação do acervo documental e icnográfico. Recentemente, inclusive, a equipe teve muito êxito na recuperação de um acervo de negativos de vidro, que brevemente estarão disponíveis para a apreciação da comunidade. É muito importante que a comunidade se aproprie efetivamente do conhecimento que temos guardado.
Para uma cidade de apenas 46 anos de emancipação política, sem tradição em cultura e que abriga um grupo cultural extremamente heterogêneo, avançamos consideravelmente. Tombamos como patrimônio histórico a Igrejinha Luterana (DECRETO Nº 2937, DE 1998) e a Igreja de Santo Amaro (DECRETO Nº 3007, DE 1998), criamos a Biblioteca Pública (1968) e o Arquivo Histórico (1993), uma Fundação Cultural e Conselhos (LEI Nº 2397 DE 12 DE NOVEMBRO DE 2004), criamos “Áreas Especiais de Interesse e do Patrimônio Histórico e Ambiental” (LEI Nº 2794, DE 14 DE JANEIRO DE 2008), e outras tantas leis para a área da cultura. Mas também, chamo a responsabilidade dos produtores culturais em geral, que muitas vezes são desarticulados, não desenvolvem projetos coerentes, não pesquisam ou fazem planejamento, e esperam que o poder público faça tudo e que o público consumidor de cultura simplesmente apareça em seus “eventos”. Como consumidores de cultura, faltam visitas à Biblioteca, ao Arquivo, à Galeria de Artes, aos recitais, às produções locais. Como fiscalizadores das políticas públicas, falta o nosso comprometimento enquanto comunidade. Muito se fala em consciência ambiental. Não vejo as questões do meio ambiente dissociadas dos aspectos sociais e culturais. Espero que, em 2011, possamos despertar também para uma consciência cultural.
Lilian Martins
Artista Plástica, Conservadora e Restauradora de Bens Culturais Móveis